Tudo é utopia até que nós decidamos o contrário.
10
Mar 11
A culpa é do/a Pinto, às 19:26link do post | Protesta | Ver Reclamações (2)

 

Sou revolucionário e como tal ideologicamente romântico. Todo e qualquer revolucionário só o é porque no fundo é dominado por um grande amor à Vida Humana e tem para com ela a mesma atitude que um homem apaixonado tem pela sua amada. Este é o meu ideal, esta é a força que me faz revoltar a cada injustiça, desigualdade ou opressão que exista por esse mundo fora. Um homem apaixonado não segue dogmas no seu amor e eu também não os sigo no meu ideal, sigo apenas o coração.

Depois deste primeiro comentário poderão acusar-me de muitas coisas, que sou incrivelmente estúpido, ou que sou terrivelmente parvo, mas existe algo que não admito que me indiquem, que sou utópico! Certamente esta foi das primeiras palavras em que muitos pensaram, mas estão errados e passo a explicar porquê: para mim as utopias são barreiras colocadas por nós mesmos por preguiça em alcança-las e portanto, se uns vêm barreiras em combater a desigualdade, em esbater a injustiça e em terminar a opressão eu vejo desafios a alcançar. Desafios possíveis de conquistar!

Todos os dias sou confrontado com situações em que sou “caricaturado” pela posição que defendo, pelo ideal que apresento. Todos os dias penso que seria mais fácil deixar-me levar pela corrente do rio e seguir ordeiro como o resto do rebanho, mas todos os dias chego à conclusão que o tempo que gastei a pensar nesse desatino foi tempo que perdi. Tempo que é escasso, tempo perdido pelo qual sou culpado por todo o bem que deixei de fazer. Na vida podemos tomar dois caminhos: o da apatia ou o da insurreição, não existe meio-termo, ou somos a favor ou somos contra o estado de coisas. Aproveitando a nova música dos Deolinda, que parvos que nós somos se nos ficamos pela apatia! Existe ainda outra questão o desejo de revolta não deverá estar só presente quando os problemas te afectam directamente a ti. Um exemplo concreto é a questão das Bolsas no Ensino Superior, ou melhor os cortes neste apoio aos alunos. Eu não usufruo deste subsídio, mas não é por isso que deixo de estar ao lado dos milhares de alunos que sofrem com estes cortes. Para que serve o desejo de revolta se te recusas a revoltar-te quando estás saciado? Eu neste momento posso dizer que vivo saciado, mas isso não me impede de me revoltar. Olho à minha volta e o que é que vejo? Uma generalizada apatia daqueles que são “escravos” e consentem essa “escravidão”. Vocês são escravos. Vocês serão escravos até ao dia em que se virarem para o "Sistema" e disserem: "Vai agora tu buscar a lenha, que eu também quero aquecer-me"!

 

Um último conselho: eu se fosse a vocês não acreditava em nada do que está escrito neste texto, pois foi redigido pelo “Diabo” que é comunista e que “come criancinhas ao pequeno-almoço” ou então pensava melhor e faria como aquele homem apaixonado de que vos falei acima que não segue dogmas e que se deixa apenas levar pelo coração…

 

José Pinto



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